domingo, 18 de agosto de 2013

Amor por insistência.

 Sólidas.
 Construímos sobre rocha nosso amor.
 Mais uma vez hoje é sábado e volto a escrever sobre você depois de meses. Hoje já não tenho mais medo que alguém leia. Hoje não dói mais.
 Debaixo do sol da nossa cidade, enfrentamos juntas tantas frentes frias, mas meu amor te aqueceu.
 Entramos de mãos dadas no mar de ressaca, aprendemos a navegar contra a corrente, fomos barco e remo. 
 E remamos. 
 Colecionei tuas lágrimas, você guardou as vezes que te dei a mão.
 Depois de um tempo, amarmos exigiu muito mais que o amor construído diariamente, exigiu que ele fosse de verdade. 
 E ele foi.
 Não basta só beber saudade, sem cuidado o amor seca. 
 Você me regou.
 Nesses anos todos, nesses caminhos que enveredamos e que nos obriga a caminhar para lados opostos, mais que verdade foi preciso vontade.
 E tivemos.
 Depois das chuvas que tanto nos molhou e nos fez tremer de frio, depois do escuro e do medo, construímos nossa casa na segurança das montanhas que escalamos lado a lado.
 Foi enquanto doía que entendi o que era amar. 
 E como doeu!
 As mesmas pedras que atravancaram nossa passagem solidificaram nosso amor.
 Nossa liberdade só veio depois da luta para rompermos as correntes e foi o amor que nos libertou.
 Depois de enfrentadas a ressaca do mar, as chuvas e as ventanias, a brisa da maresia me lembra docemente de você.
 Hoje vejo que nosso "pra sempre" já deixou de ser uma esperança, se tornou realidade.
 E, mais uma vez, te amar eu ousaria.

"Você pode me encontrar no avesso de uma dor."