segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A morte e vida de um amor.


Te mato inúmeras vezes ao dia dentro de mim.
 É como se eu tivesse um imenso prazer de te ver renascer enquanto morro por dentro.
 Você, sempre doce, me afaga com um carinho reservado as pessoas que se ama.
 Eu, sempre real, esqueço o impossível com você.
 ''Será que ela pensa em mim?''
 Eu penso em nós, o tempo todo;
 Escondo tanta coisa, tanta vontade de dizer que te amo e que nesse momento meu amor é seu.
 "O que fazer quando a gente morre por dentro?"
 É nessas horas que te mato. 
 Te matar é uma forma de sobreviver.
 Minutos depois reaparece na minha frente como se eu fosse a pessoa que mais te agrada ver, me abraça como se meus braços fossem os seus preferidos.
 "Até onde posso ir pra conquistar você?"
 Sou rondada pelo medo e pelo medo de deixar de ter medo.
 Sofro de medo de te perder, meu amor que nunca tive.
 Te olho de longe, te quero de perto.
 E é assim que todas as manhãs eu padeço e pereço de amor desajeitado.


 "E nesse desespero em que eu me vejo 
  Já cheguei a tal ponto
  De me trocar diversas vezes por você
  Só pra ver se te encontro."

sábado, 3 de novembro de 2012

Branca no escuro.


Quarta-feira, 24 de outubro de 2012, 6h05min

 Acordei atrasada.
 Meia hora atrasada.
 Ao invés de correr, decidi fazer tudo pacientemente, como se nada tivesse acontecido.
 Esses dias ando agindo como se nada tivesse acontecido. Mas acontece. Toda hora.
 Saí de casa (incrivelmente no mesmo horário que saio sempre) e encontrei o chão molhado. Lembrei que, assim como o que diziam as previsões do dia anterior da minha mãe,  que é quase um Climatempo e falha tanto quanto o tal, choveria.
 Choveu.
 Saí do meu quarto na noite passada saturada de lágrimas não choradas e fui até a janela da sala ver chover. Respirei fundo o cheiro de chuva e fui dormir com uma enchente dentro de mim.
 Por que estou contando isso?
 Não sei.
 Sei que agora, a uns 15 minutos atrás, vi as nuvens passando, brancas, no céu ainda escuro. Rápidas, limpas, tipicas nuvens que sucedem  uma noite chuvosa.
 Sei que na hora que vi, pensei em você. Será que já acordou?
 Me incomoda o rumo que meus pensamentos tomam.
 É como se fosse uma série de flashes seus, fora do controle. Do meu autocontrole, na verdade.
 Por que estou contando isso?
 Não sei, só estou contando.