sábado, 3 de novembro de 2012

Branca no escuro.


Quarta-feira, 24 de outubro de 2012, 6h05min

 Acordei atrasada.
 Meia hora atrasada.
 Ao invés de correr, decidi fazer tudo pacientemente, como se nada tivesse acontecido.
 Esses dias ando agindo como se nada tivesse acontecido. Mas acontece. Toda hora.
 Saí de casa (incrivelmente no mesmo horário que saio sempre) e encontrei o chão molhado. Lembrei que, assim como o que diziam as previsões do dia anterior da minha mãe,  que é quase um Climatempo e falha tanto quanto o tal, choveria.
 Choveu.
 Saí do meu quarto na noite passada saturada de lágrimas não choradas e fui até a janela da sala ver chover. Respirei fundo o cheiro de chuva e fui dormir com uma enchente dentro de mim.
 Por que estou contando isso?
 Não sei.
 Sei que agora, a uns 15 minutos atrás, vi as nuvens passando, brancas, no céu ainda escuro. Rápidas, limpas, tipicas nuvens que sucedem  uma noite chuvosa.
 Sei que na hora que vi, pensei em você. Será que já acordou?
 Me incomoda o rumo que meus pensamentos tomam.
 É como se fosse uma série de flashes seus, fora do controle. Do meu autocontrole, na verdade.
 Por que estou contando isso?
 Não sei, só estou contando.

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